domingo, 15 de janeiro de 2012

DE NÃO-INDICADOS E OCUPADOS, SALVADOR VAI SE AGITANDO

Eu sei que começo de ano é época de fazermos uma retrospectiva do ano que passou. Mas 2012 (o último, queira Deus) chegou com tudo, pra dar tempo, né...

Em Conquista, muita família, bicicleta, filmes, friozinho e investidas em mim mesma. Tá ótimo.



Em Jequié, um lindo processo de 2ª fase do Vestibular para Teatro e Dança da UESB com as provas de habilidades específicas. Sem palavras (até porque não pode.) Ainda em Jequié, pude ver o belíssimo trabalho do IMPÉRIO CIRKUS, uma família linda, onde todos fazem tudo e apresentam um delicioso espetáculo completo. Ia fazer um post sobre eles, mas as viagens me afastaram do computador e cá pra nós, eu adoro ficar longe dele. Talvez ainda faça, em homenagem à família e ao meu amigo Reginaldo Carvalho, de quem eu lembrei durante todo o evento.


Em Salvador, o babado corre solto. DESOCUPA SALVADOR é um movimento que ocupa as páginas do Face e nos cobre de orgulho. Ainda ontem, fomos ao Pelô à pé pela Avenida Sete e constatamos que ir embora foi de fato a melhor saída. Sujeira, ambulantes desordenados, carros nas calçadas, ui, que cansaço de Salvador. Desculpa gente, eu tô na torcida, mas perdi as forças para lutar por esta cidade. O movimento foi forte, foi organizado e contou com uma juíza louca para ajudar na divulgação. A meretíssima (será que eu posso falar assim num blog ou posso ser presa por desacato?) achou de proibir a manifestação, achando ela que estamos do outro lado do mundo e sem primavera... enfim, valeu pela polêmica gerada.



Ah,  por falar em polêmica, tá rolando um bafon com os não indicados ao Prêmio Braskem de Teatro.


Oh, gente, é pra rir, né.

Depois do babado todo do FIAC, já era pra ter aprendido, né não?

Eu que já fui recusada em tanto festival e nunca fui indicada a um prêmio sei bem que dor é essa. Mas, meu silêncio frustrado e dolorido me dá o direito de rir e achar ridícula a chuva de manifestações ditas justas, mas justo quando não são lembrados. KKKK. Bem vindos ao clube, grandes homens de teatro. Eu de cá, indicada ou não, festivada ou não, sempre respeitei - sobretudo no âmbito público (porque ás vezes, em casa, com as janelas fechadas a gente diz as nossas, né) os envolvidos no processo, sobretudo quando são profissionais de valor reconhecido e de muito trabalho realizado, trabalho que talvez boa parte dos que estão engrossando o coro dos descontentes, jamais se dedicou a fazer.

Lembremos que a comissão não é um conselho e é convidada a assistir, avaliar e julgar a partir de seus próprios princípios, vivências, compreensões, e - por que não - seu próprio gosto. Não se trata de uma câmara de vereadores com representantes do povo que devem prestar contas de suas ações. Se não gosta do Prêmio, por que nunca recusou? Por que nunca se recusou a ser indicado? Ou por que nunca disse: "Olha, esse ano eu acho que não deveria ser indicado, não, porque, honestamente, tem coisa melhor do que meu trabalho esse ano pra ser indicado..." Ah, faça-me o favor.

Depois vem pra cá dizer que os novatos ou 'comunitários' fazem do teatro da Bahia (sempre a genralização) um teatro amador, pouco profissional. O que fode com o nosso meio teatral é essa meia dúzia de viúvas apegadas que não se conformam com um ano sem láureas e puxações de saco.



E por falar em saco, enchi o meu desse assunto. Vocês que são de teatro-profissional é que se entendam. Eu ontem assisti  A Malvada (ou no original ALL ABOUT EVE) e fiquei horas refletindo sobre seus diálogos primorosos, sobre a atuação de Bette Davis (a cara de Marrion Cottilard) e sobre o que eu entendo por teatro e o que tenho feito e tenho sonhado em sua direção. Como é bom ouvir quem tem o que dizer.





E assim vai correndo este ano de 2012, ano de sexta-feira 13, ano bissexto, ano de Nostradamus e Calendário Maia. Ano de qualificação, mudanças, direção didática de Plínio Marcos, quem sabe um grande evento de Artes Cências, enfim, mil coisas, mil coisas acontecendo pra eu ficar me envolvendo com vaidosas e esvaziadas polêmicas. Eu de cá, dou é muita da risada, porque rico não é aquele que tem muito, mas sim aquele que precisa de pouco.


Feliz e agitado 2012, caríssismos espectadores.



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