A Mostra Sesc Pelourinho impressiona pela qualidade artística das produções que participam, pelo primor na produção que é característico dos trabalhos do Sesc e, sobretudo, pelo sucesso de público que sempre é, em todas as suas edições. Salas lotadas, a galera se estapeando por um ingresso, arena lotada de um público diverso. A gente encontra amigos e se diverte muito, além de se emocionar, como aconteceu hoje com o espetáculo TROPEÇO do grupo TATO CRIAÇÃO CÊNICA http://www.tatocriacaocenica.com.br/.
UMA PEÇA À LUZ DE VELAS
O espetáculo é um primor de técnica, de dramaturgia, de encenação, de leveza, enfim, um momento de puro prazer e encantamento, através de gestos (literalmente) muito simples. Dois atores-animadores dão vida através do trabalho de suas mãos apenas vestidas, sem bonecos, a duas velhinhas que moram juntas e vivem as coisas prosaicas da vida.

E assim, rindo e nos divertindo com aquelas doces senhoras a gente vai sendo conduzido ao final do espetáculo e leva nossa porradinha no coração. Enfim, quem foi e viu, sabe do que tô falando. Um primor que os atores construíram, literalmente de novo, com as próprias mãos.

A outra sensação que me pega é 'como eu queria estar fazendo isso'. Em segundos, sem sair da fruição da obra, penso em minha trajetória, penso no que fiz, no que faço e no que gostaria de fazer e me sinto feliz por ser artista. Um pouco triste por fazer menos do que gostaria, mas contente por fazer mais do que a minha lida cotidiana talvez permitisse.
E AS PEÇAS DA GENTE NO PELÔ?
Agora eu quero tentar entender também, porque a Mostra Sesc consegue uma mobilização tão boa e aquele teatro vira um espaço de encontro e geralmente as nossas temporadas lá são tão difíceis de levar público.
Alguns acham que a divulgação é mais consistente, mas eu já deixei de achar que a questão do público de teatro seja divulgação. O que eu comecei a pensar, conversando com amigos é que tem uma questão que é, as peças da mostra ficam um dia só e geralmente quem vai assistir são as mesmas pessoas, da classe teatral, ou da classe artística, tanto que o encontro é sempre muito agradável, porque é um encontro de amigos.
Outra possibilidade é justamente que nestes eventos o ENCONTRO parece fazer parte da programação. É como se fosse uma grande festa. Então, talvez fosse o caso de as peças que entrarem em cartaz no Pelourinho pudessem pensar em estratégias coletivas que gerassem esse burburinho e que pudesse oferecer uma programação diferenciada, onde a peça fosse parte do cardápio e não uma opção isolada.
Enfim, foram pensamentos que vieram na roda.
E você, o que acha?
Amanhã vou ver Mi Munhequita que Alam viu em Guaramiranga e disse que é ótima. E olha que eu pra sair de casa é um milagre, viu.
O que você viu na Mostra que te agradou? Diz aí pra gente.
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