quinta-feira, 21 de julho de 2011

Em Jequié - porque a vida me quer!

É, meus leitores.

Já se foram quase trinta dias e este blog assim, com umas teiiinhas de aranha.

Mas, sei que todos meus queridos leitores e amigos entendem.

Agora, de volta à vida e às coisas, pessoas e acontecimentos lindos que ela tem para me oferecer, o que me mantém afastada desse blog-mundo que eu tanto amo é a correria do dia-a-dia desta professora de teatro. E como professora trabalha, gente, benzadeus...

Descobrir Jequié com suas montanhas encantadas tem sido uma tarefa doce, mas corrida. Corrida como suas motos barulhentas.

Os dois recém criados cursos de Licenciatura em Teatro e Licenciatura em Dança, dos quais tenho a honra de ser professora tem sido uma grande experiência educacional e artística, além de social e humana, nunca demasiado, mas sempre humana.


Ter a oportunidade de pensar estes dois cursos no seu nascedouro, estar entre amigos, participar de reuniões divertidas e ao mesmo tempo produtivas (sim, isso é possível!!!) tem me deixado bastante feliz! Já são quatro turmas agora e a cada ano serão mais duas. Essa progressão geométrica anima e gera novos espaços, para novos estudantes e para novos professores.

É bom demais ver, e mais que isso, participar, da ida de profissionais para o interior do estado, criando um forte vínculo entre a Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, quebrando a hegemonia da capital (essa tendência pós-moderna). E ainda por cima, possibilitanto alguma estabilidade para essa gente guerreira, cansada de apanhar dando aula sem receber com dignidade no terceiro setor, no primeiro e no segundo - porque professor de arte apanha de ong, apanha de escola particular e apanha dos programas torpes e vis do Governo do Estado (Redas e PST's da vida, credo!). É  bom ver gente do bem fazendo coisas boas e lindas, ainda mais assim, no interior no estado da nossa Bahia, do nosso Nordestão!


O Sudoeste da Bahia tem se tornado importante pólo cultura e educacional com a força dos cursos públicos universitários. Isso aconteceu em Vitória da Conquista com os cursos da área de saúde e agora um grande passo é dado com a criação destes cursos de artes. Veja só: são três novos cursos de Arte, gente (Teatro, Dança e Cinema!) Isso tem que ser comemorado. Isso é uma revolução!

Mais do que a criação de um curso, é a criação de uma nova área do conhecimento na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. É tão bom ver que existe um grande projeto a ser realizado ali, existe um importante trabalho social a ser capitaneado por um projeto cultural e mais que isso, por cursos de Artes. Eu tenho tanta alegria e tanto orgulho de fazer parte disso, vocês não têm ideia. Não é mais um curso de Administração com Ênfases Diversas ou de Comércio Exterior (nada contra), mas é uma área de Arte, que se não vai gerar umas cifras garantidas logo ali na semana que vem, vai fazer toda diferença nestas cidades, nestas regiões, neste estado muito em breve, e uma diferença relevante, uma diferença que fica, que transforma, que melhora o mundo!

Quero aproveitar para dar um grande abraço nos meus novos parceiros de sala de aula. Esses meninos e meninas de todas as idades que olham para gente com aquela carinha linda de quem tem interesse em dialogar com a gente, em ouvir as coisas que a gente tem pra dizer e em dizer-nos suas lindas coisas, histórias e experiências.

Professor-Diretor Roberto de Abreu e as 1as.  turmas de Teatro e de Dança

Gente feliz fazendo teatro

Apresentação do espetáculo João Nínguém no Teatro Martim Gonçalves, em Salvador - primeiro intercâmbio de muitos!


Tenho me dedicado ultimamente a um exercício de viver a sala de aula como quem vive um encontro sagrado. Tenho buscado, no mais íntimo das minhas vontades e alegrias, que este encontro seja sempre bom e afetuoso. Que seja um encontro de amigos, sempre! Que consigamos ultrapassar as barreiras das diferenças, dos preconceitos (todos, deles e meus) dos rancores antecipados (ah, nunca é tempo de rancor!) do julgamento, da resistência ao novo (ou ao velho). Tenho tentado implodir modelos e transgredir regras toscas e inúteis que de tão velhas nem sabemos mais a que servem. Só quero o que me trouxer a certeza de que serve para fazer o mundo melhor. Meu mundo, o mundo dos estudantes, o mundo de todos nós (Credo, ficou quase petista essa frase!)

Quero me reinventar a cada dia e descobrir sempre um jeito melhor de dar aulas, um jeito sempre melhor de fazer amigos, um jeito sempre melhor de ser gente. E a sala de aula tem sido este palco, esta horta, este campo, enfim, esta sala de aula tridimensional: aula pra eles, aula pra mim.

Entre as motos e os paralelepípedos.
Entre as montanhas e os bons-dias
Entre o café quente e a noite fria
Entre as diferenças e as simpatias:

Tenho eu me descoberto nova, me descoberto viva, me descoberto feliz.

Obrigada Jequié!

4 comentários:

  1. Te amo, Drica Jequié.

    Bj, Beto.

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  2. Estou pronto pra trabalhar duro nesta longa jornada!!!
    daqui há alguns anos seremos colegas de Trabalho!!! (na faculdade) pq fora, nada impede!!!
    Beijos tia Dri!

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  3. Beto, beijo. Matheus, a ideia é essa. Já tive o prazer de cruzar com ex-alunos em trabalhos diversos e em aulas do mestrado também. O barato é sempre o encontro e mudar de lugar, sempre. Adorei 'Tia Dri'... rsrsrs. Espero que tenha gostado do blog e que vire leitor assíduo. Bjos.

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  4. Menina, bonito relato de quem sabe que está fazendo a diferença. Eu também sinto a sala de aula como espaço sagrado, onde fazer elos é a prática mais bem-vinda de todas. Salve este começo lindo que Jequié vivencia com ares de plenitude. Viva, viva viva! Ah, esqueci de dizer que também sou blogueira, rs... Meu cantinho se chama "Conversa da pele com o tempo". O endereço é http://conversadapelecomotempo.blogspot.com/ Vou gostar de saber que você esteve por lá. Beijocas

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