Um fato que tem sido constantemente detectado e comentado em nossa cidade é a falta de teatros para as nossas produções. Ainda ontem Daniel Marques, Diretor e professor da Escola de Teatro da UFBA nos disse que a falta de pauta foi o prinicipal motivo de não haver este ano a edição da mostra de teatro universitário que aconteceu com muito sucesso no ano passado.
Lamentável.
A falta que o GREGÓRIO DE MATOS nos faz!!! Frequentando o Cinema Glauber Rocha qualquer ator de teatro desta cidade deve ficar imaginando como seria maravilhoso se o Gregório - lindíssimo espaço arquitetônico, projeto de Lina Bo Bardi, com um palco possível a tudo e com um foyer instigante, estivesse em plena atividade como estão o cinema e o Espaço Cultural da Barroquinha.
Não tenho informações precisas sobre porquê este teatro está desativado, mas acho que é uma causa importante para que nos organizemos em busca de soluções.
O ACBEU e o SALESIANO não têm sido mais representativos como outrora. Lembro-me que há 11 anos quando voltei para Salvador o ACBEU era um teatro em plena atividade e conseguir passar na Vitória de quinta a domingo à noite era uma empreitada, pois o público dominava aquele pedaço, em busca de estacionamento. O Salesiano parece abandonado, e aquela região de Nazaré erma e aparentemente desabitada, não parece ser uma boa opção para passeio ou atividade cultural.
O XISTO apesar de continuar com as atividades no Foyer e nas salas - como o belíssimo Gennesius Finos Trapos, ou a Ciranda e Rodas de Maria Souza e Diana Ramos, entre tantos outros - faz muita falta e quando o metrô começar a funcionar - se é que isso vai acontecer um dia - a Estação da Lapa pode ser um fator de agregação de ppúblico neste bairro, como foi por tanto tempo a Estação de ônibus da Lapa.
O SOLAR BOA VISTA tenta continuamente recuperar seu público com as mais diferentes estratégias, nenhma delas - me parece - eficaz o suficiente para lhe devolver o glamour de outrora.
Na contramão deste movimento, o GAMBOA NOVA teve um resurgimento deliciosamente bem sucedido, com atividades de teatro, música, artes plásticas e hoje já figura entre os importantes teatros da cidade.
Para os eventos mais pós-modernosos, temos os variados palcos da Carlos Gomes, como o ÂNCORA DO MARUJO, onde além dos espetáculos transformistas, acontece, vez ou outra, mostra de alunos da Escola de Teatro da UFBA, como foi com o trabalho de Ana Paula Antar, há aproximadamente 2 anos, com Fernanda Paquelet e grande elenco (apesar de o palco ser pequenininho).
Vamos fazer teatro. E no sentido mais lato da palavra. Ocupar ruas e praças é sem dúvida um grande opção, mas a urgência de novas salas de espetáculos é uma realidade em nossa cidade e devemos pôr nossos olhos e energia criadora nesse sentido. A coopertaiva conquistou sua sede administrativa - apesar de muito simpática e com um apelo à atividade estética que logo colocaremos em prática - e sonha (e trabalha) com o dia em que terá seu próprio espaço cultural.
Vamos fazer mais teatro!!!
Vamos fazer mais teatros!!!
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