Eu tenho sentido que minha produção nos blogs caiu muito. Claro que a vida real toma muito tempo. Trampo, doutorado, filhos, marido, casa, viagem, saúde, mil e duzentas coisas pra fazer e os pobres dos blogs ficam abandonados.
Mas, eu acho que tem um outro motivo. Tem um preciosismo que eu acabo de descobrir extremamente desnecessário. Acho que dá pra dar um pulo aqui e escrever umas coisas que eu tô pensando, porque desta atividade não dá para fugir. E pronto. Tá feito o post.
Acho que tenho lido posts muito bons em blogs que eu admiro aí eu fico achando que tenho que fazer textos completos, reflexivos, ricos de detalhes. Acabo é que não faço nada. Então, chega de me levar tão a sério. Respeito meu blog, meus leitores e seguidores, mas não é para eu me achar um Paulo Henrique Amorim da blogosfera e só postar coisas definitivas. Vamos falar o que se tem para falar.
E eu vou falar do que está na pauta dos meus dias: JEQUIÉ, CIDADE SOL.
Passei lá a semana passada, semana santa com família e foi bom demais. A cidade é cercada de montanhas lindíssimas. Tem um ar gostoso, é bem quente, é verdade, mas dá para suportar. Estamos em abril, é um bom mês para adaptações climáticas.
As pessoas se cumprimemtam nas ruas da URBIS. Claro que também tem ladrão, e até um certo caos no trânsito, no centro da cidade, mas a qualidade de vida é infinitamente melhor, ao que parece. Meu amigo Roberto Abreu que está me ensinando a viver Jequié, confessa-se feliz. "Eu estou no lugar certo, Drica", diz ele todo animado. E não é para menos.
Juntos, eu, ele e outros amigos recém aprovados no concurso recém criado de artes - o primeiro do interior da Bahia, temos pela frente uma tarefa árdua e nobre: começar a história desse curso. Brincamos que eu sou a Cleise Mendes, Carlinha a Maria Eugênia, Aroldo a Ivani Santana, Flaviana o Eduardo Tudella e Roberto Abreu o Sérgio Farias do Sudoeste. Pensamos na grandeza que é fazer esta história, testarmos e promovermos mudanças no currículo, incrementar a produção artística na região, promover a iniciação científica em arte no interior da Bahia. Isso é simplesmente lindo.
E, nas noites de folga, é Tom Zé, Doces Bárbaros, Hélio Oiticica, Wally Salomão para inspirar...
No domingo de Páscoa, fomos ao teatro - era o meu debut (a revista Caras adora debut...) na platéia Jequieense. Foi um espetáculo do Palco Giratório - Concerto de Ispinho e Fulô, da Cia do Tijolo de Sampa, inspirada na vida e obra de Patativa do Asssaré.
A peça é legal. Tem sempre aquele 'senão' de ver paulista montando coisas do sertão, mas, enfim, não é uma história exclusivamente nossa, é Brasil, né. Tem coisas que incomodam, mas tem coisas muito boas. A parte musical, para mim, é o grande tcham da peça. A parte cênica me dá uma sensação de sala de ensaio, e eu não sou muito fão de ver exercício como resultado. Algumas estratégicas cênicas mais batidas que ovo de omelete. Mas, o que me incomodou na peça foi a falta de timing para terminar. Primeiro, que a peça começou com uma hora de atraso - e mesmo que 15 minutos de atraso seja mesmo prática dos teatros no interior - a questão foi mesmo com o grupo, que teve problemas com o cenário. Aí, meu amigo, duas horas de espetáculo. Tirando Zé Celso e a Finos Trapos, eu não aguento muito peça longa, não, sobretudo quando você pensa: 'viu, já entendi...' E engraçado que tem uma cena que é um gran-finale, cantando o último pau de arara. Todo mundo botando sua bolsinha no ombro, doido para ir embora, e a peça começa de novo. Caramba. E depoimento demais dos atores. Achei chato. O pior foi essa sensação de que a peça me perdeu. Eu tinha gostado, ia sair tendo gostado da peça, mas me deu uma raiva que a peça num acabava nunca. Tipo este post, que já passou do tamanho bom de ler...
A platéia muito linda. Muita gente do curso, claro, mas acho que Jequié tem uma pegada para ter um público constante para teatro, dança e muito mais. Projetos nas nossas cabeças não faltam.
Já deu, né. Pra quem diz que não ia se levar a sério, já tá falando demais.
É isso, Chuva, chuva, chuva e ir ao teatro que é bom, nada. Espero a estréia de meu amigo Reginaldo Carvalho, que está fazendo o caminho inverso e está rodando o interior antes de chegar aos palcos soteropolitanos, com a peça Dá um toque que eu retorno. Claro que tem muita coisa boa para assistir, mas chuva, cama, marido, filhos e TV a cabo, realmente é uma concorrência desleal.
Beijo, então. Vou ali no futebol de artista dizer umas coisinhas também. Amo meus blogs. Prometo não ficar tanto tempo sem escrever. No mínimo fica registrado um pensamento assim, que passa pela nossa cabeça em semanas sempre tão diferentes umas das outras. Internet é o processo que se auto sistematiza. Adoro isso.
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Gosto do que escreve da mesma forma que gostava de estar na tua aula e escutar a tua visão do mundo e como sempre continua muito divertida.
ResponderExcluirMenina, eu fui fuçar no seu perfil para ver quem era. Num acreditei... Quanto tempo. Sua turma foi a minha primeira turma no ensino superior. Primeiríssima, ainda lembro do primeiro dia. Eu, nervoooooooooosa! Que bom,querida. Adorei ver seu blog (muito louco) suas fotos de teatro. Um grande beijo. Sempre bom tê-la aqui.
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