sexta-feira, 4 de março de 2011

SOMOS MASCARADOS, MESMO, E AÍ PAI???

Quando eu morava em Vitória da Conquista, entre os anos de 82 e 90, a gente costumava chamar uma pessoa metida de 'mascarada'. Aí eu fui para o Colégio Técnico da Fundação José Carvalho, que era regime de internato (vcs acreditam que eu fui aluna de internato???) e as pessoas achavam estranho quando eu usava o termo neste contexto: "Fulana de tal é mascarada..." Mas, enfim, nem certo nem errado. Variantes culturais.O fato é que, longe de Conquista desde então, eu deixei de usar neste sentido.

Mas ontem, eu meio que senti uma presença de novo deste contexto.

A Barra foi tomada por gente fantasiada, gente muito feliz que deliberadamente se arrumou, escolheu o tema, a fantasia, a inspiração. E comprou coisa, roupa, adereço, peruca... E se maquiou e passou pelo desafio de escolher um sapato que seja confortável e ao mesmo tempo não destrua a fantasia.

Era tanta gente, mas tanta gente que a corda mesmo se fosse três vezes maior não daria conta. Eu acho que tava uma coisa Chiclete com Banana...

E tem uma coisa que para mim está no parentesco entre o teatro e o carnaval (que eu comentei num post mais a baixo) que faz a gente se sentir meio especial quando está fantasiado. A gente fica meio mascarado no sentido conquistense de dizer...

A gente desfila na rua como se estivesse no palco. E tomar churria na rua - sobretudo pra quem vai do Campo Grande para a Barra - é muito bom!!! (Falem mal, mas falem de mim!!!)

Assim que eu saí (de Baêa, porra!!!) ouvi um camarada me batizar, gritando para seus colegas:

"OLHA O RODRIGO GRAL, VELHO"

Porque eu estava de Baêa e com uma faixa no cabelo, e o cabelo como o dele no final do ano passado. Foi engraçado, porque eu não tinha tido este objetivo, mas batismo feito, personagem incorporado: Lá ia Rodrigo Gral para o carnaval. Não tenho fotos, porque não dá pra levar máquina, né e a gente sempre esquece de tirar em casa.

Bom, mas voltemos aos mascarados.

Alam que saiu de Cirano de Bergerac foi logo batizado de Pinóquio e fez muito sucesso. Agora o engraçado é que a roupa do espadachin francês não tinha nada de Pinóquio, mas o nariz se bastava. Foi muito engraçado.

E todas as bichas ótimas do percurso - MASCARADÍSSIMAS - desfilando sua liberdade e sua alegria de ser. Sinto que na quinta feira a caretice e intransigência da sociedade têm que aturar a alegria de ser artista, gay, lésbica, simpatizante, trans...

Ouvi alguém dizer na rua para alguém não fantasiado: "Você não vai acompanhar esta viadagem dos mascarados, não, vai?" e me dei conta de que muita gente que está ali acaba é tendo que engolir mesmo o nosso desfile, mas com toda mágoa e tristeza e infelicidade de gente reacionária. Paicência. A quinta-feira é nossa. E cá pra nós, a Barra é nossa. Deixa Dona Daniela passar com seu bloco Crocodilo, que de bloco de mauricinhos virou um super bloco gay!

Bom, me perdi toda. mas, quem não se perde no carnaval?

Lenine, eu ouvi pouco. O som estava meio ruim e tava muit, muito, muito lotado. Eu e muita gente mais ficávamos de beco em beco pegando pedacinhos do trio.

Ah, antes de acabar, vale dar os parabéns para minhas queridas amigas do 3 na Folia que estavam lindíssimas em cima do trio, realizando meu desejo.

Foi um lindo começo. Essa gente mascarada que fica esbanjando sua felicidade a torto e a direito.

E QUE CONTINUE A FESTA!!!


Já leu http://www.futeboldeartista.blogspot.com/?





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