quinta-feira, 19 de maio de 2011

UM MONSTRO DE ESPETACULARIDADE: ela nasceu assim!

O ruim da TV paga (além da conta todo mês) é que sempre que você procura uma coisa boa para sentar e assistir, dificilmente você acha. É incrível como as seleções de filmes são ruins. Ou isso, ou eu sou muito chata. É bem provável que vença a segunda opção. O Telecine Cut deveria se chamar Telecine Jurassic, porque só passa velharia. Melhor assumir, como o TCM. Gente, passa Macgiver, A Gata e o Rato e - pasmem - Casal 20!!! Desculpem os mais novos, só os da minha geração sabem do que estou rindo.
O bom, é que quando você liga a TV só para dormir, aparece um programa que você nem sonhava que ia passar e aí você acaba varando a madrugada vendo aquele programa que você não sabe se vai passar de novo. Enfim.

Isso aconteceu comigo muitas vezes. Nas semanas passadas peguei jogos maravilhosos da Libertadores assim, no susto.

Ontem eu fui surpreendida por um programa na HBO2, às 22h30. Era a THE MONSTER BALL TOUR da MA-RA-VI-LHO-SA da LADY GAGA.

Àsvezes eu desconfio que Michael Jackson teve um filho secreto com Madonna. Ou melhor, uma filha. E essa menina nasceu assim: poderosa. Nasceu Lady. Nasceu Gaga.

Não vou falar daquilo que todo mundo já falou. De que sua influência nos reis do Pop são evidentes ou que ela é apenas mais uma Madonna. Eu não me importo com isso.

Se Michael já se foi e Madonna está cansada, não há nada melhor do que ter uma substituta à altura, que reconheça suas influências e continue - com o mesmo talento - o trabalho de seus precursores. Ora, não é sempre assim?

Eu gosto de ver essa guria em cena. Meu Deus! Ela é pura energia. Ela é linda, ousada, inteligente, talentosa, gostosa, descarada e dona de si. E seu mais novo discurso é uma apologa à esquisitice. BORN THIS WAY é um elogio à diferença e ela repete isso incontáveis vezes no show, quer seja em suas canções, sua postura ou seus discursos inflamados e desaforados, gritados em plena Nova Iorque, sua terra natal.

Mas porque eu me inspirei para falar de Gaga, agora?

Porque ainda que eu siga seus clips no youtube e fique passada com o primor no visual, do figurino aos cenários, da maquiagem à edição, o que eu pude ter certeza vendo o show (primeiro show dela que eu assisto) foi que além da pegada pop no som, das coreografias e do visual, Gaga se aproxima de seus confessados ídolos porque, como eles, não poupa esforços quando o assunto é ESPETACULARIDADE. Seus shows são espetáculos impressionantes.

Jennifer Lopez, Byoncé e outras cantoras-dançantes talvez permancem à sombra de Gaga como tantas permaneceram à sombra de Madonna e Michael porque não foram às raias do exagero na espetacularidade não apenas de seus shows, mas de toda sua passagem pelas bandas de cá da existência. Eles são uma espécie de personagens constantes e sabem como manter essa construção, dramática e cenicamente.

Não há economias no show de Gaga. Os figurinos são o exagero corporificado. Tão lindos, tão exagerados, tão tão, que beiram o cafona e isso é tão gostoso de ver. É tão bom ver artistas sem medo no palco, pagando para ver onde é que o limite está, sem encontrá-lo jamais.

E exagerar a vida é tão teatral!!!

Onde mais, além de em cima de um palco, a gente pode espichar a vida pra ver até a onde a vida vai?

O encantamento que Gaga e sua equipe provocam talvez ainda represente um décimo do que foi o carisma de Michael Jackson, mas a menina é retada.

Um vozerão de negra americana quando quer, um piano doce quando cabe e lá vai ela  desfilando, pelas duas horas ininterruptas de show, suas inumeáveis qualidades.

São seus convidados, todos os 'freaks': gordos, feios, gays, pobres, marginais de um mundo empacotado em embalagem longa vida, que de longa tem tão pouco e de vida não tem nada.

Eu não sou do mundo da música, muito menos do show-business, mas eu sou do mundo do teatro. E eu sou espectadora, né,  isso me basta para dizer que Lady Gaga me seduz, me comove, me inspira e me faz mais feliz, toda vez que vejo seus vídeos ou qualquer outra alucinada aparição sua pelas ruas sujas e desoladas dessa vida estranha de começo de século.

Confira seu lindo vozerão:

PS.: Dedico este post a Wesner Filho, meu querido quase Designer de Moda, e ele sabe porquê.


3 comentários:

  1. Faço das suas palavras as minhas, fico muito orgulhoso por existir um icone POP tão influente em nossa decada para "escarrar" em nossas caras tudo que nos cabe para despertar o mais intimo sentimento libertario e inovador.
    Fiquei MUITISSIMO emocionado por ter dedicado este post a mim, espero fazer jus ao mesmo.
    Cause baby, I was Born This Way

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  2. Querido, eu acho que vc faz jus, sim. Revi o show a não conseguia sair da frente da tv. Ela é uma louca libertária mesmo. AMO! Um grande beijo, meu querido. A gente precisa marcar um teatro, hein. Abraços.

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