Primeiro, segundo e terceiro sinais...
Fumaça.
Luzes.
Uma oração aos deuses do teatro. Cuidem de nós, santos anjos da doidice.
Folhas ao vento.
E os anjos logo apareceram: Andreato, Shakespeare, Artaud (tinha um Artaud ali, não tinha?), Adélia Prado, Fernando Pessoa, Edith Piaf e tantos outros que eu talvez não tenha reconhecido a cara, reconhecido a fala, reconhecido as asas.
Roupa de louco tem asas. Aquelas grandes mangas para prender. Aquelas grandes asas para voar.
Folhas ao vento.
Todo doido é meio rei. Todo rei devia ser meio doido.
E segue o desfile de santos e doidos, desfile de dores e pruridos, desfile de acertos e desmandos, desfile de humanidades, ali, se declarando palco, se declarando arte, se afirmando vida.
Folhas ao vento.
E aos poucos a gente era um só. Essa gente estranha de teatro. Do lado de cá, do lado de lá, tudo junto reunido sobre o manto sagrado de ser gente.
UM BOCADO DE GENTE SOZINHA, TUDO JUNTO. SOLIDÃO COMPARTILHADA. FORTALECE E REDIME.*
Gente que ama, que confessa e que abandona.
Gente que admira o amor que dorme. Gente que espera a volta.
Folhas ao vento.
Amor de vela acesa. Amor de vela queimada. Amor de velas ao mar.
Só faz arte quem ama. Só ama quem é gente. É mais gente quem faz arte.
O amor e a arte. O amor é a arte.
Silêncio. Escuro. Aplausos.
Plácida, sutil e silenciosamente Elias sai do palco.
A plateia enlevada, começa a voltar a si, transformada.
Mas existe uma coisa chamada realidade:
"Atenção. Nós pedimos a todos os presentes que desçam cautelosamente ou que aguardem, porque houve um tiroteio no Pelourinho, alguma coisa muito grave, porque o ensaio do Olodum foi suspenso. Já chamamos a Polícia para que faça a saída de vocês com segurança." Aninha Franco
Como assim? Depois de um espetáculo sagrado de amor e magia, a realidade nos dá assim, esse tapa na cara? Como assim? Nossos filhos assustados, eu, vítima do medo, já me tremendo toda, os espectadores sem saber se comentavam a peça assistida ou a peça pregada pela vida.
Mas, no meio da confusão que aos poucos se dissipava, ninguém tinha muito ânimo para falar e nem a gente tinha clima para abordar os assustados espectadores. Vale a pena conferir, mesmo assim, o depoimento emocionado de Igor Epifânio que nos atendeu carinhosamente no GOL DO ESPETÁCULO, CLIQUE AQUI.
Quando a paz já voltava a reinar, a calma e a sensatez nos reencontravam, Elias surge como o doido que é: Doido-calmo, doido-tranquilo, doido-gentil, doido-suave. Um homem que vive por amor. Um doido doce, humano e generoso.
Foi assim, nesse clima de paz que fizemos, com muito respeito e admiração o DEZ MINUTOS COM... Compartilhe com a gente este momento, clicando aqui..
Assistiu? Se emocionou? Não viu? Ficou com vontade? Comenta aí, vai.
* Trecho de Solo Compartilhada, de Adriana Amorim, sobre trecho de Calendário da Pedra de Denise Stoklos.
FOTOS DESTE POST: alam félix.
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FICHA TÉCNICA
Texto, roteiro e direção: ELIAS ANDREATO
Luz: WAGNER FREIRE
Figurino: LAURA HUZAK ANDREATO
Cenário: LUIS ROSSI
Programação visual: ELIFAS ANDREATO
Assistência de direção: DAVID KAWAI
Fotos: SELMA MORENTE
Realização: MORENTE FORTE COMUNICAÇÕES
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